sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Estadia no Hospital de Santo André em Leiria (parte 2)

Parecia um autêntico bebé, chorava desalmadamente, berrava, chorava, berrava, chorava. Deitei a cabeça no colo da minha mãe e agarrei-lhe a mão com muita força enquanto ela me fazia festinhas na cabeça. Fiquei ali a choramingar durante muito tempo entretanto a minha mãe ia ligando à família a dizer que eu ia ser operado ao apêndice. Eu chorava tanto que parecia um… um… bem eu chorava tanto que nem arranjo argumentos para descrever. Passou algum tempo e eu comecei a acalmar quando pensei que era uma operação normal e que ia correr tudo bem. Ah, já me esquecia, quando ainda estava um pouco chorão pedi à minha mãe par ligar à minha irmã Maria. A Maria perguntou-me se eu estava bem e depois pôs-se a dizer: “ficou 7-5”. Eu não percebia o que ela queria dizer e disse aquela palavra que as pessoas usam quando não percebem alguma coisa: “Ãh?” E ela continuava: “ficou 7-5”. E eu continuava sem perceber o que ela queria dizer até que a ela disse: “O jogo ficou 7-5 perdemos nós”. Ah, nesse momento lembrei-me que antes de ir para casa da minha avó tinha dito à Maria para me dizer quanto tinha ficado o jogo de futebol de lá da escola.
E depois de eu me habituar à ideia de que ia ser operado veio a pior parte… a recolha de sangue para a análise. Quando fui para outra sala para recolher sangue e para me porem a soro, logicamente tinham de me espetar uma agulha e é a partir daqui que começa a complicação. Começaram por espetar uma agulha no meu pulso direita eu gritei mas pensei: “O que é bom nisto tudo é que tão cedo não levo mais”. Mal sabia eu que as enfermeiras tinham falhado a veia e tinham de me picar mais umas vezes até acertarem… picaram outra vez na direita e falharam novamente foram então para a mão esquerda e finalmente acertaram, tiraram sangue e pusera-me a soro tudo correu bem, daquela vez…
Já a soro puseram-me numa maca e infelizmente disseram que só me podiam operar à meia-noite porque eu tinha bebido um ice tea e tinha de ficar seis horas sem comer nem beber.
Lá fiquei na maca com a minha mãe sentada numa cadeira ao lado. Ela tirou um bloco da mala e começámos a jogar ao jogo do stop para queimar tempo. Ficámos lá, passaram algumas horas e depois ela disse-me que tinha de ir para casa por causa da Margarida (a minha irmã mais nova) e que o meu pai vinha para a substituir. Eu que queria ficar com a minha mãe comecei a choramingar mas não valia a pena, já estava tudo decidido. Passado algum tempo o meu pai veio para o hospital e a minha mãe foi-se embora. Ele conversou comigo e depois tirou um livro de anedotas de um saco que ele trazia na mão e começou a ler para eu me rir e parar de pensar na operação.
As horas iam passando até que chegou à meia-noite, meia-noite e cinco minutos, meia-noite e dez minutos, meia-noite e um quarto de hora, meia-noite e vinte minutos…
Bolas, quando é que eu vou ser operado?
Pareceu magia...mal eu falei chegaram os enfermeiros para me levar. Levaram a maca para uma sala onde eu me despedia do meu pai e passava para outra maca. Segui por um corredor e fui dar a uma sala cheia de ferramentas nas paredes e em armários, também havia lá um grupo de cirurgiões que me ia operar. Eles tinham um fato verde e uma máscara na boca. Por cima de mim havia um candeeiro esquisito com uma luz muito forte. Os cirurgiões iam-me pondo umas coisas no peito, nos braços e nas pernas que acho que eram para um electrocardiograma. Eu armei-me em valente, inspiro e expiro e digo para mim, isto vai correr bem. Depois olho para o lado oposto da mão que recebe o soro e dou por mim a fechar os olhos e a adormecer, tinham-me dado a anestesia. Quando adormeci, pus-me a sonhar com coisas esquisitas… devia ser por causa do receio…
Quando acordei tinha uma dor no lado direito da barriga (o lado onde eu fui operado) e meti lá a mão… quando toquei lá e vi aquilo rugoso, até pensei que era o fio de quando me coseram… mas quando passei melhor a mão, percebi que era um penso, um grande penso. E quando abri os olhos pela primeira vez, era uma confusão, era como se tivessem deitado um balde de tinta amarela para cima de uma parede branca, e depois mais branco e ainda mais amarelo… era uma autêntica confusão… depois ouvi o meu pai a dizer: “tem calma filho eu estou aqui, agora dorme que é uma da manhã!”. E foi o que eu fiz, adormeci.



Continua...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

FCPorto derrotado por uma equipa de 2ª divisão

Outro dia, acordei e estava diferente... em vez de ser só do Benfica, era também do Guimarães e do Fátima. Fui perguntar ao meu pai que dia era(bolas, sempre que escrevo sobre futebol o meu pai mete-se no meio da história). Ele respondeu-me 29/9, tudo normal... enfim fui para a escola passadas algumas horas(que me pareceram séculos) a escola acabou. Fui para casa, tomei conta da minha irmã e quando o meu pai chegou(lá está ele a meter-se no meio da história) disse-me, ou melhor relembrou-me, porque ele já me tinha dito no dia anterior, e no dia anterior ao anterior e se calhar também no dia anterior ao anterior do anterior que Benfica, Porto e Sporting jogavam nesse dia.
-Contra quem pai?-perguntei eu.
Ele não me ouviu e eu tirei-lhe o jornal que ele tinha na mão, não vou dizer o nome do jornal, porque eu só faço patrocínio se me pagarem, e li lá FCP/Fátima* SCP/V.Guimarães* e(deixo o melhor para o fim) SLB/E.Amadora*.
Ah!!! Agora está tudo explicado.
No fim dos jogos fartei-me de gozar por o Porto ter perdido com uma equipa de 2ª divisão mas não me podia rir muito visto que o Benfica ganhou graças a um penalty que não existiu. Também me enervei por o Sporting ter ganho mas mais uma vez, enfim.
Agora temos de nos preocupar com o derby.






*a ordem das equipas pode estar trocada(porque eu sou preguiçoso ao ponto de ir verificar) por exemplo em vez de FCP/Fátima pode ser Fátima/FCP.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Vai-te embora ó Santos!!!

Finalmente, depois de mais de um ano, o Benfica teve a devida inteligência de despedir Fernando Santos. Foi um longo ano com o Santos no Benfica, longo e mau, porque o Benfica ficou em terceiro lugar na liga, também não ficou perto de ganhar a taça e mesmo aqui há dias empatou com uma equipa que acabou de subir para a primeira divisão. Como é que isto pode ser possível? E depois vem a parte dos jogadores: Stretanovic, Di Maria, Andrés Diáz... onde é que ele foi buscar estes jogadores? Já para não falar do Luís Filipe e de um tal Fábio não sei o quê em que ele estava interessado... Ah já sei, eles já jogaram no Sporting, por isso são jogadores muito bons. Não admira que já lá não joguem pois não sabem fazer nada. Estou-me a lembrar agora de uma coisa: quando o Manuel Fernandes saiu do Benfica, o Fernando Santos começou logo à procura de um médio para o substituir quando já tinha um jogador que podia fazer essa posição: o Katsouranis. Só que o Katsouranis estava na defesa e ainda por cima essa não era a posição dele. O Santos podia procurar um defesa central e o Katsouranis ia para médio e ficavam todos contentes...
Mas finalmente despediram aquele maldito treinador e José António Camacho voltou a ser o treinador do Benfica.
Viva o Camacho!!!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Estadia no Hospital Santo André em Leiria

No dia 15 de Maio acordei às 2h. 30min. Com dor de barriga… acordei a minha mãe e ela mandou-me para a casa de banho, fez-me um chá de funcho para eu beber. Eu pensava que era apenas uma dorzita por eu ter comido alguma coisa que não devesse mas…
No dia seguinte acordei ainda com dores, para minha admiração. Já me aconteceu mais vezes acordar a meio da noite com dores de barriga, só que dessas vezes no dia a seguir a dor passava. Que estranho… voltando à história, quando o meu pai me foi levar à escola a barriga doía cada vez mais…seria alergia à escola? Estou a brincar. Ele disse-me para desapertar o botão das calças para não doer tanto, que foi o que eu fiz… mas mesmo assim doía-me a barriga, e doía, e doía, e doía cada vez mais até se tornar impossível estar sentado na sala de aula a trabalhar. Eu almoço todos os dias (de aulas) em casa da minha avó e por isso aproveitei, já que não conseguia trabalhar na escola, e fiquei lá. Como o botão das calças apertava e os boxers eram de elástico e também apertavam despi-me e tapei-me com um cobertor. Lá fiquei deitado no sofá a ver televisão, até que adormeci. Quando acordei eram 3h e 30min e a minha mãe estava sentada ao pé de mim a dar de mamar à minha irmã Margarida. Ela perguntou-me se a dor já tinha passado e eu respondi-lhe, com uma cara triste, que não. Aí, a minha mãe começou a estranhar a dor de barriga não passar e ligou para uma médica…
-Boa tarde, o meu filho está com dor de barriga desde as duas e meia da manhã acha que pode ser apendicite? – Dizia ela. – Ah… pois…do lado direito? Ok. Desculpe o incómodo.
Depois a minha mãe chegou ao pé de mim e começou a carregar no lado direito da minha barriga e a perguntar-me se me doía mais ali do que nos outros lados da barriga. E a minha mãe estava a pensar acertadamente, doía-me mais ali do que nos outros sítios da barriga. Então virou-se para os meus avós e disse que me ia levar ao hospital porque podia ser apendicite. Eu sem saber o que era pensei que fosse alguma coisa que causasse dor de barriga durante algum tempo. E lá fui eu. Mal partimos eu perguntei à minha mãe se íamos à Marinha Grande ou à Vieira, e ela deu-me uma resposta de que eu não estava à espera: “Vamos a Leiria filho”. Eu fiquei a pensar que ela estava a exagerar mas não disse nada.
Quando lá chegámos fiquei na sala de espera, à espera que chegasse a minha vez de ser examinado. E não demorou muito tempo até eu ser atendido. Uma enfermeira veio até ao pé de mim e da minha mãe e perguntou-lhe qual era o problema. A minha mãe contou-lhe tudo: que acordei a meio da noite com dor de barriga, que a dor não passava e que era do lado direito da barriga que me doía mais. A enfermeira tirou-me a camisa e começou a carregar no lado direito da barriga. Eu queixava-me das dores, então a enfermeira levou-me a um médico. Médico esse que também começou a carregar no lado direito da minha barriga só que de uma maneira diferente, ele carregava na barriga e tirava a mão de repente da minha barriga. Uma coisa de que eu não estava à espera era de daquela maneira a barriga me doer mais. O médico perguntou à minha mãe se eu tinha tido vómitos, náuseas, febre ou outra coisa qualquer, ela disse-lhe que não. Então o médico disse com certeza absoluta: “Apendicite aguda, vai ter de ser operado”. Nesse momento a primeira coisa que me veio à cabeça foi o Dr. House – série de televisão onde fazem muitas operações para salvar as pessoas e algumas vezes as operações correm mal – e desatei a chorar quando pensei que a operação podia correr mal.


(Continua...)

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Desculpem

Antes de mais nada quero pedir imensas desculpas aos visitantes deste blog por não ter escrito mais nada desde os textos do dia da mãe... até agora o meu pai tem-me dito sempre que vou ao computador:" Filho, já escreveste alguma coisa no blog?". E eu desculpava-me sempre a dizer que não tinha nada para escrever, o que não é verdade, porque desde o dia da mãe já aconteceram muitas coisas: por volta do dia 15 fui operado ao apêndice de urgência em Leiria, depois houve a 5ª feira da Ascenção (apesar de nessa altura eu ainda estar no hospital), dia 25 a minha irmã Maria fez 8 anos e dia 27 fez a festa, o FC Porto foi campeão, e amanhã é o dia mundial da criança.
Caros visitantes, eu não escrevi nada no blog até agora por pura preguiça, e espero que me perdoem porque os próximos textos que eu escrever vão ser a contar tudo o que se passou desde o dia da mãe.

sábado, 5 de maio de 2007

Dia da Mãe (2)

Cara, querida e estimada.
Eu faço parte ti.
Tu dizes-me: "obrigada",
Por estas quadras que escrevi.

Se não estás contente,
Ainda queres um presente,
Não to enfeito com um laço
Porque o presente é um abraço.

Dia da Mãe



Sou um balãozinho de emoções que está cheio graças a ti!